Turismo

Lugares onde a preservação ambiental faz parte do roteiro turístico

Com a abertura de projetos ambientais para turistas, pesquisadores conseguem conscientizar os visitantes e levantar recursos destinados à preservação da flora e da fauna











 
Preservar o meio ambiente é uma prática cada vez mais necessária. Já está mais que comprovado que, a cada dia que passa, o nosso planeta vem sofrendo com a degradação ambiental. As consequências são variadas: da elevação das temperaturas até o crescimento do nível do mar.

Para ajudar a frear os danos contra a flora e fauna, projetos conservacionistas são criados ao redor do Brasil e do mundo. A ideia principal desses programas é preservar uma espécie animal ou um bioma e realizar pesquisas que contribuam com a recuperação do hábitat. Em alguns dos projetos, o viajante é mais do que bem-vindo para participar.





O Projeto Tamar é um dos trabalhos de conservação marinha mais tradicionais do Brasil. No fim da década de 1970, estudantes da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande se juntaram para pesquisar o litoral e as ilhas do Brasil. Durante uma noite de exploração, os alunos viram pescadores matando tartarugas nas areias das praias. A partir do acontecimento, percebeu-se a importância da conservação da vida marinha. Em 1980, nascia o Projeto Tamar, pelo então Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).
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Hoje, as principais missões do programa são a preservação, a conservação e o manejo de cinco espécies de tartaruga-marinha ameaçadas de extinção. As pesquisas são feitas em 1.100km de praias, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses bichos no litoral e em ilhas de nove estados brasileiros. O turista que quiser conhecer melhor o trabalho dos pesquisadores pode visitar as dependências do Projeto Tamar, ver de perto algumas espécies de animais e participar de campanhas de conscientização.

» Família protegida
As tartarugas-cabeçuda, tartarugas-de-pente, tartarugas-de-couro, tartarugas-verde e tartarugas-oliva são o principal foco da iniciativa.

Passos largos
Confira as cidades-sede do Projeto Tamar:
» Fernando de Noronha/PE
» Oceanário de Aracaju/SE
» Praia do Forte/BA
» Arembepe/BA
» Guiriri/ES
» Regência/ES
» Vitória/ES
» Ubatuba/SP
» Florianópolis/SC

Santuário preservado




     
Para estimular o turismo consciente e responsável, um grupo de guias comunitários de Porto de Pedras — cidade a 109km de Maceió, em Alagoas — fundou a Associação Peixe-Boi, em 2009. Entre os trabalhos desenvolvidos pelo projeto estão a educação ambiental nas escolas da região e o turismo de observação da espécie no Rio Tatuamunha, considerado santuário dos bichos.

O peixe-boi-marinho é ameaçado de extinção, considerado em “perigo crítico” pelo Ministério do Meio Ambiente desde 1989. A associação luta contra a pesca criminosa e acidental, a destruição dos hábitat e a poluição. De acordo com o projeto, existem apenas 500 peixes-boi vivendo no Brasil.





Na Bahia, expedições são organizadas, de julho a outubro, para observar de perto o comportamento das baleias jubartes. Hoje, o passeio —  realizado pelo Projeto Baleia-Jubarte — é possível graças ao fim das atividades de caça, que leva a um aumento da população da espécie marinha. Em 2014, as baleias-jubarte conseguiram sair da lista brasileira de animais ameaçados de extinção.

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Antes de embarcar nos cruzeiros de observação, é possível conhecer o Espaço Baleia-Jubarte. O local tem réplicas em tamanho real de várias espécies do animal, além de painéis informativos e programas de educação ambiental. O objetivo do projeto, ao levar os turistas a alto-mar, é sensibilizar e aproximar o visitante das baleias.

Conheça mais sobre as iniciativas
» Associação Peixe-Boi
Onde: Porto das Pedras, Alagoas

» Espaço Baleia-Jubarte
Onde: Mata de São João, Bahia

Em meio à natureza




Além da proteção dos animais, o trabalho de preservação da natureza pode estar voltado também para a flora. Na Patagônia chilena, por exemplo, a reserva biológica de Huilo-Huilo tem como missão preservar o meio ambiente da região, buscando envolver os locais e os visitantes na tarefa.

Aberto a visitação em 2000, o local tem uma grande estrutura de hospedagem, agradando a quem procura conforto até aqueles que preferem acampar na natureza. A reserva oferece, ainda, atividades como navegação pelo Lago Pirehueico, passeio ao topo do vulcão Mocho-Choshuenco, cavalgadas, tirolesa, trilhas; além de esqui e snowboard durante o inverno.





De uma parceria entre o setor privado, moradores e autoridades, nasceu o The Burren and Cliffs of Moher Geopark, parque localizado em Ennistimon, na Irlanda. Além de proteger a fauna e a flora regional, o objetivo da iniciativa também é manter viva a cultura local.

Uma das intenções do projeto é integrar os viajantes na causa da preservação ambiental. É possível fazer canoagem, trilhas —  a pé ou de bicicleta —, surfar e explorar cavernas. Apreciar a vista dos morros, penhascos e lagos da região também é uma boa pedida. A missão dos ambientalistas é envolver o visitante para que entenda a importância da conservação do meio ambiente ao entrar em contato com a natureza. Quem quiser mergulhar ainda mais na cultura irlandesa também pode conhecer as pequenas vilas das redondezas.





O Wild Bush transformou mais de 24 mil hectares do deserto australiano —  o outback —  em área de conservação ambiental. Antes uma fazenda de ovelhas abandonadas, hoje o local recebe hóspedes em cinco casas reformadas para aprender práticas sustentáveis, como economia de água e uso de energia solar. Entre as atividades desenvolvidas pensando nos turistas, estão trilhas, pesca, passeios de barco e observação de pássaros.

O trabalho do grupo precisou restaurar o ecossistema degradado da região. Entre os desafios, estão erradicar plantas não nativas sem o uso de pesticidas e separar animais da região de outras espécies que competem por comida e espaço na natureza.














 

 

 

 

 

 Sete destinos rurais que oferecem turismo sustentável no Brasil

Roteiros de Norte a Sul para quem deseja explorar a natureza e as culturas regionais


nascente-azul-bonito-ms- (Foto: Thinkstock)
Nadar com peixes no rio, andar por trilhas ecológicas, se hospedar em lugares que fazem coleta seletiva dos resíduos, saborear a comida típica caipira, ficar totalmente conectado à natureza…O turismo sustentável está ligado a todas essas atividades. No entanto, o conceito desse segmento vai muito além da questão ecológica.
Segundo Fernando Kanni, coordenador do curso de pós-graduação em Inovação e Empreendedorismo em Negócios Turísticos Sustentáveis EAD, do Senac, o turismo sustentável possui cinco pilares básicos: visa estimular o crescimento econômico, promover a inclusão social, aumentar o aproveitamento de recursos protegendo o meio ambiente, preservar as tradições de culturas locais e buscar a convivência pacífica e segura entre comunidades. “Quem atua com turismo sustentável precisa cooperar com fornecedores locais para distribuir melhor os benefícios e diminuir os impactos negativos da visitação em massa. As empresas precisam ter práticas sustentáveis que vão da conduta com o meio ambiente à política de empregar nativos”, resume. O coordenador ressalta que o conceito pode ser aplicado em áreas urbanas, rurais, litorâneas e até em centros indígenas.O turismo sustentável está crescendo tanto entre os viajantes e empresas do setor que a Organização Mundial do Turismo (OMT), agência das Nações Unidas, declarou 2017 como o ano internacional do turismo sustentável para desenvolvimento. No Brasil, o Ministério do Turismo e a BrazToa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) criaram o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade, que elege, desde 2012, as melhores iniciativas na área. Para quem está planejando o lazer do próximo feriado ou final de semana ou pensando em passar as próximas férias no interior, selecionamos alguns destinos que têm tudo a ver com quem procura um lugar para descansar mais próximo da natureza.
1. Bonito (MS)
​A cerca de 300 km da capital do Estado, Bonito é referência internacional em turismo sustentável. A cidade foi eleita em 2013 como o melhor destino sustentável do planeta. Entre as paisagens naturais e passeios com animais da região, Bonito possui um sistema de voucher digital que controla o número de turistas nas atrações para impedir que a natureza sofra impactos negativos.
vale-da-ferradura-rs-gramado-canela (Foto: Flickr/ Magda Nascher)
2. Gramado e Canela (RS)
​Movimentadas durante o inverno, as duas cidades oferecem várias opções de lazer para viagens em família, com os amigos e românticas. O Hotel Blumenberg (em Canela) e o Hotel Bangalôs da Serra (em Gramado) foram premiados por possuírem inciativas sustentáveis, como a redução e reciclagem de resíduos e divulgação da cultura local. Além disso, a agência Vento Sul Turismo promove roteiros no interior do Estado nos quais integra famílias de agricultores da região.
parque-estadual--ibitipoca-mg-minas-gerais (Foto: Flickr/ Marina Dutra Miranda)
3. Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca (MG)
É nos dois municípios mineiros que está localizado o Parque Estadual do Ibitipoca. Desde 2003 o lugar mantém medidas restritivas para controlar o acesso dos visitantes, com o intuito de proteger a natureza. Toda infraestrutura do parque  ̶  passarelas, alojamentos, auditório e centro de visitantes  ̶  também foi pensado com esse propósito. Quem visita o local tem a oportunidade de conhecer grutas, lagos, cachoeiras e trilhas.
Paisagem do município de Miranda, em Mato Grosso do Sul  (Foto: Flickr/ João Andriola)
4. Miranda (MS)
A pequena cidade abriga o Refúgio Ecológico Caiman, finalista do prêmio internacional de turismo sustentável. A fazenda de 53 mil hectares possui um programa de pesquisas e conservação da fauna e flora do Pantanal, além de uma estância onde há criação de gado que pode ser visitada pelos turistas. O local também possui um complexo de pousadas sustentáveis e pequenas vilas onde moram os funcionários e seus familiares, que inclusive, são treinados por programas socioambientais.
reserva- mamirauá-amazonas-tefé (Foto: Flickr/ Peter Schoen)
5. Reserva Mamirauá (AM)
Localizada a cerca de 600 km de Manaus, na região do curso médio do Rio Solimões, a reserva abrange seis municípios: Uarini, Fonte Boa, Maraã, Jutaí Alvarães e Tefé. É nesse último que fica a sede do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e a pousada Uakari, que oferece programas de ecoturismo. Entre as atividades estão passeios de barcos e canoa, visitas às comunidades ribeirinhas e busca por animais noturnos na floresta.
socorro-parque-dos-sonhos (Foto: Flickr/ Tatiana Al-Chueyr Pereira Martins)
6. Socorro (SP)
Na divisa com Minas Gerais, a cidade de Socorro é conhecida pela grande oferta de roteiros de aventura na natureza. O Hotel Fazenda Campo dos Sonhos é um dos exemplos de turismo sustentável do Brasil porque tem um compromisso com o meio ambiente, com a cultura local e com a acessibilidade. O hotel desenvolveu o projeto Aventureiros Especiais, no qual elaborou maneiras de aplicar o turismo adaptado para as pessoas com deficiência. Dentre as atividades oferecidas estão arvorismo, passeio de trator, trilhas e cavalgadas.
caverna-do-diabo-eldorado-vale-do-ribeira-sp (Foto: Flickr/ Rainer Schulze)
7. Vale do Ribeira (SP)
O Circuito Quilombola Paulista integra sete comunidades: Pedro Cubas, Pedro Cubas de Cima, São Pedro e André Lopes, todas em Eldorado; Caçandoca e Fazenda Picinguaba, em Ubatuba; e Mandira, em Cananéia. O roteiro é novo, foi instituído em março de 2016 pelo governo do Estado. No vale, os turistas têm a oportunidade de passear por trilhas na mata, cachoeiras, cavernas, casas de farinha, viveiros de ostras, experimentar a culinária tradicional quilombola e conhecer as tradições e histórias das comunidades.

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