Lugares onde a preservação ambiental faz parte do roteiro turístico
Com a abertura de projetos ambientais para turistas, pesquisadores conseguem conscientizar os visitantes e levantar recursos destinados à preservação da flora e da fauna
Para ajudar a frear os danos contra a flora e fauna, projetos conservacionistas são criados ao redor do Brasil e do mundo. A ideia principal desses programas é preservar uma espécie animal ou um bioma e realizar pesquisas que contribuam com a recuperação do hábitat. Em alguns dos projetos, o viajante é mais do que bem-vindo para participar.
Hoje, as principais missões do programa são a preservação, a conservação e o manejo de cinco espécies de tartaruga-marinha ameaçadas de extinção. As pesquisas são feitas em 1.100km de praias, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses bichos no litoral e em ilhas de nove estados brasileiros. O turista que quiser conhecer melhor o trabalho dos pesquisadores pode visitar as dependências do Projeto Tamar, ver de perto algumas espécies de animais e participar de campanhas de conscientização.
» Família protegida
As tartarugas-cabeçuda, tartarugas-de-pente, tartarugas-de-couro, tartarugas-verde e tartarugas-oliva são o principal foco da iniciativa.
Passos largos
Confira as cidades-sede do Projeto Tamar:
» Fernando de Noronha/PE
» Oceanário de Aracaju/SE
» Praia do Forte/BA
» Arembepe/BA
» Guiriri/ES
» Regência/ES
» Vitória/ES
» Ubatuba/SP
» Florianópolis/SC
Santuário preservado
O peixe-boi-marinho é ameaçado de extinção, considerado em “perigo crítico” pelo Ministério do Meio Ambiente desde 1989. A associação luta contra a pesca criminosa e acidental, a destruição dos hábitat e a poluição. De acordo com o projeto, existem apenas 500 peixes-boi vivendo no Brasil.
Antes de embarcar nos cruzeiros de observação, é possível conhecer o Espaço Baleia-Jubarte. O local tem réplicas em tamanho real de várias espécies do animal, além de painéis informativos e programas de educação ambiental. O objetivo do projeto, ao levar os turistas a alto-mar, é sensibilizar e aproximar o visitante das baleias.
Conheça mais sobre as iniciativas
» Associação Peixe-Boi
Onde: Porto das Pedras, Alagoas
» Espaço Baleia-Jubarte
Onde: Mata de São João, Bahia
Em meio à natureza
Aberto a visitação em 2000, o local tem uma grande estrutura de hospedagem, agradando a quem procura conforto até aqueles que preferem acampar na natureza. A reserva oferece, ainda, atividades como navegação pelo Lago Pirehueico, passeio ao topo do vulcão Mocho-Choshuenco, cavalgadas, tirolesa, trilhas; além de esqui e snowboard durante o inverno.
Uma das intenções do projeto é integrar os viajantes na causa da preservação ambiental. É possível fazer canoagem, trilhas — a pé ou de bicicleta —, surfar e explorar cavernas. Apreciar a vista dos morros, penhascos e lagos da região também é uma boa pedida. A missão dos ambientalistas é envolver o visitante para que entenda a importância da conservação do meio ambiente ao entrar em contato com a natureza. Quem quiser mergulhar ainda mais na cultura irlandesa também pode conhecer as pequenas vilas das redondezas.
O trabalho do grupo precisou restaurar o ecossistema degradado da região. Entre os desafios, estão erradicar plantas não nativas sem o uso de pesticidas e separar animais da região de outras espécies que competem por comida e espaço na natureza.
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Segundo Fernando Kanni,
coordenador do curso de pós-graduação em Inovação e Empreendedorismo em
Negócios Turísticos Sustentáveis EAD, do Senac, o turismo sustentável
possui cinco pilares básicos: visa estimular o crescimento econômico, promover a inclusão social, aumentar o aproveitamento de recursos protegendo o meio ambiente, preservar as tradições de culturas locais e buscar a convivência pacífica
e segura entre comunidades. “Quem atua com turismo sustentável precisa
cooperar com fornecedores locais para distribuir melhor os benefícios e
diminuir os impactos negativos da visitação em massa. As empresas
precisam ter práticas sustentáveis que vão da conduta com o meio
ambiente à política de empregar nativos”, resume. O coordenador ressalta
que o conceito pode ser aplicado em áreas urbanas, rurais, litorâneas e até em centros indígenas.O turismo sustentável está crescendo tanto entre os viajantes e empresas do setor que a Organização Mundial do Turismo (OMT), agência das Nações Unidas, declarou 2017 como o ano internacional do turismo sustentável para desenvolvimento. No Brasil, o Ministério do Turismo e a BrazToa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) criaram o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade,
que elege, desde 2012, as melhores iniciativas na área. Para quem está
planejando o lazer do próximo feriado ou final de semana ou pensando em
passar as próximas férias no interior, selecionamos alguns destinos que têm tudo a ver com quem procura um lugar para descansar mais próximo da natureza.1. Bonito (MS)
A cerca de 300 km da capital do Estado, Bonito é referência internacional em turismo sustentável. A cidade foi eleita em 2013 como o melhor destino sustentável do planeta. Entre as paisagens naturais e passeios com animais da região, Bonito possui um sistema de voucher digital que controla o número de turistas nas atrações para impedir que a natureza sofra impactos negativos.
Movimentadas durante o inverno, as duas cidades oferecem várias opções de lazer para viagens em família, com os amigos e românticas. O Hotel Blumenberg (em Canela) e o Hotel Bangalôs da Serra (em Gramado) foram premiados por possuírem inciativas sustentáveis, como a redução e reciclagem de resíduos e divulgação da cultura local. Além disso, a agência Vento Sul Turismo promove roteiros no interior do Estado nos quais integra famílias de agricultores da região.
É nos dois municípios mineiros que está localizado o Parque Estadual do Ibitipoca. Desde 2003 o lugar mantém medidas restritivas para controlar o acesso dos visitantes, com o intuito de proteger a natureza. Toda infraestrutura do parque ̶ passarelas, alojamentos, auditório e centro de visitantes ̶ também foi pensado com esse propósito. Quem visita o local tem a oportunidade de conhecer grutas, lagos, cachoeiras e trilhas.
A pequena cidade abriga o Refúgio Ecológico Caiman, finalista do prêmio internacional de turismo sustentável. A fazenda de 53 mil hectares possui um programa de pesquisas e conservação da fauna e flora do Pantanal, além de uma estância onde há criação de gado que pode ser visitada pelos turistas. O local também possui um complexo de pousadas sustentáveis e pequenas vilas onde moram os funcionários e seus familiares, que inclusive, são treinados por programas socioambientais.
Localizada a cerca de 600 km de Manaus, na região do curso médio do Rio Solimões, a reserva abrange seis municípios: Uarini, Fonte Boa, Maraã, Jutaí Alvarães e Tefé. É nesse último que fica a sede do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e a pousada Uakari, que oferece programas de ecoturismo. Entre as atividades estão passeios de barcos e canoa, visitas às comunidades ribeirinhas e busca por animais noturnos na floresta.
Na divisa com Minas Gerais, a cidade de Socorro é conhecida pela grande oferta de roteiros de aventura na natureza. O Hotel Fazenda Campo dos Sonhos é um dos exemplos de turismo sustentável do Brasil porque tem um compromisso com o meio ambiente, com a cultura local e com a acessibilidade. O hotel desenvolveu o projeto Aventureiros Especiais, no qual elaborou maneiras de aplicar o turismo adaptado para as pessoas com deficiência. Dentre as atividades oferecidas estão arvorismo, passeio de trator, trilhas e cavalgadas.
O Circuito Quilombola Paulista integra sete comunidades: Pedro Cubas, Pedro Cubas de Cima, São Pedro e André Lopes, todas em Eldorado; Caçandoca e Fazenda Picinguaba, em Ubatuba; e Mandira, em Cananéia. O roteiro é novo, foi instituído em março de 2016 pelo governo do Estado. No vale, os turistas têm a oportunidade de passear por trilhas na mata, cachoeiras, cavernas, casas de farinha, viveiros de ostras, experimentar a culinária tradicional quilombola e conhecer as tradições e histórias das comunidades.
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